Filomena Silva Campos
Campo Expandido
A vontade que já sentia de fazer outras coisas criativas, para além da pintura bidimensional, rompeu forçosamente no confinamento e nas arrecadações lá de casa.
A necessidade de criar em suportes reciclados, de pensar com as mãos, é uma chegada a outro lugar, com dimensões, limites, convenções e materialidade diferentes. É a afirmação do corporal, do tátil e é um desafio pelas qualidades desiguais. É como pintar sempre pela primeira vez.
A influência definitiva foi homenagear minha mãe, falecida na pandemia, com o crochet que em toda a sua vida produziu.
A pintura expandida e a bidimensional convivem e são para mim universos paralelos e dão corporeidade a sentimentos e energias, que permite uma linha de identidade e ligação.
É gratificante a importância da presença do objeto e da historia associada e a resignificação. São materiais do quotidiano, retirados do contexto habitual e que maioritariamente são meus, de meus pais e também já os amigos contribuem.